Neste que é um dos mais celebrados livros de Maryse Condé, as memórias de infância são também a narrativa de sua formação. Na Guadalupe dos anos 1940 e 1950, em um ambiente burguês, deve-se evitar falar a língua local, o créole. As convenções sociais se impõem sobre os sentimentos: não se chora diante do cadáver de um ente querido; não se comenta um divórcio na família. No contexto doméstico, cercado por mentiras, com uma mãe extremamente severa com os outros e consigo mesma e um pai reservado, a pequena Maryse segue o caminho da rebelião. A sua fuga para um mundo imaginário, a sede por conhecimento e por autonomia a guiam para o destino de escritora.
Ao retomar a sua história, Condé evoca a criança que percorre as paisagens caribenhas, a jovem que descobre em Paris a sua identidade negra, e revive o momento que lhe devolveu o amor pela sua família: Eu deslizei a mão por entre seus seios que tinham amamentado oito filhos, agora inúteis, murchos, e ali passei toda a noite, ela grudada em mim, eu enrolada como uma bolinha contra seu flanco, sentindo seu cheiro de idosa e de arnica, sentindo seu calor. Naquela noite, Maryse encontrou sua mãe ao perdê-la.
Informações técnicas | |
Número de Páginas | 184 |
Ano de Publicação | 16.12.2022 |
Autor | Maryse Condé; Heloisa Moreira; Maria Carolina Casati; |
ISBN | 9786584515277 |
Comprimento (cm) | 1.5 |
Largura (cm) | 21 |
Altura (cm) | 14 |
O coração que chora e que ri - Contos verdadeiros da minha infância
- Editora: BAZAR DO TEMPO
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